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Doutora, esse medicamento é pra quê?


Essa é uma pergunta constante no consultório após quase 1 hora ou mais de consulta, uma demorada anamnese e explicações repetidas dos elementos que precisam ser considerados para se cuidar da saúde e obter uma vida saudável. No entanto, no final da consulta, na hora da despedida, ou logo ao chegar em casa, o paciente dispara pelo WhatsApp: “eu não entendi para que serve este medicamento”.

Diante da forma como cuidamos da saúde, é compreensível que o paciente assim se expresse. Temos uma visão destorcida que cada sintoma, cada doença deve necessariamente corresponder a um medicamento, mais nada.

Assim, temos remédios para diabetes, artrose, enxaqueca, pressão alta, refluxo, gastrite, depressão, enfim: tratar da saúde é fazer uma consulta, (muitas vezes tem a auto medicação), tomar o remédio e está resolvido o problema. Na prática não funciona assim e a medicalização excessiva, os resultados não alcançados, e os efeitos colaterais, levam as pessoas a buscarem a homeopatia como opção de tratamento.

Na consulta homeopática, a busca pela modalização dos sintomas para se chegar ao medicamento, tem por objetivo levar o paciente a ter mais contato com o próprio corpo e as causas do adoecimento, os agravantes que podem estar na alimentação, no sono inadequado, no sedentarismo, no ritmo de trabalho, na forma de lidar com as emoções e os sentimentos.

É ilusório pensar que temos medicamentos alopáticos ou homeopáticos para tratar frustrações, baixa autoestima, erros do passado, sensação de desamor e abandono, ciúme excessivo, desejo de vingança, desarmonia familiar e outras doenças emocionais e sociais.

Quando os pacientes chegam ao consultório homeopático, desejam livrar-se dos medicamentos que causam dependência e efeitos colaterais, mas não é uma simples troca. Faz-se necessário pensar a saúde para além do medicamento. Saúde é uma construção, um processo de vida, as atividades, emoções e sentimentos de cada indivíduo avaliado, sua história atual, sua memória, seu ser real ou o mais próximo que isto possa ser. Esse processo deve ganhar corpo a cada ato médico.

É preciso antes de tudo a compreensão da forma de adoecimento e o que vem determinando aquele distúrbio. O medicamento pode sim, tratar à ansiedade, a angústia, a agitação, mas se as causas não forem trazidas à consciência e se o conhecimento do corpo e suas reações não forem prioridades, qualquer que seja a terapêutica, não terá uma ação debeladora dos sintomas.

A doença se arrasta, os incômodos mudam de sistema no organismo e os sintomas se cronificam, a tomada de medicamento se perpetua por décadas, às vezes, por uma vida inteira. Estes medicamentos, especialmente os convencionais, têm indicação de, no máximo, 6 semanas, pelo prejuízo da dependência e intoxicação.

Os idosos correm muitos riscos pela carga de remédios ingeridos, contamos em muitos casos de 10 e até 15 medicamentos em uso, entre eles, 3 a 4 psicoativos que podem levar à incapacidade cognitiva, confusão, desequilíbrio postural, tontura e quedas. Esses sintomas são interpretados como próprios do processo de envelhecimento, no entanto, ao passar por uma avaliação minuciosa, verifica-se com a retirada de parte destas drogas que o paciente obtém uma melhora considerável na sua qualidade de vida.

Não existe medicamento seguro. Nem tudo o que está escrito na bula é verdade e nem tudo sobre a ação do medicamento está descrito na bula. Pasmen! Mas é verdade.

A resposta para os pacientes que precisam relacionar sintoma e medicamento é esta: os remédios homeopáticos não têm efeitos colaterais e não causam dependência nem alergias, e atuam elevando a imunidade do paciente, qualquer que seja o diagnóstico etiológico.


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