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[Série] Alimentação do bebê - Parte 3


Nos meus primeiros anos de clínica não havia ainda a “moda” que veio para ficar: todos os pacientes de zero a 100 anos de idade, trazem o diagnóstico de refluxo e o medicamento já está incorporado ao seu cotidiano. É tomado natural e mecanicamente aceito que é para sempre. Mesmo quando questionados sobre os medicamentos em uso, esquecem de mencionar e só numa consulta subsequente, lembram e informam.

A indústria farmacêutica agradece!

Os estudos atuais sobre alergia alimentar demonstram que a primeira barreira imunológica é o Trato Gastrintestinal. “Dentro desse espectro o TGI (Trato Gastrintestinal) exerce função quase obrigatória de selecionar os nutrientes essenciais para o crescimento celular e simultaneamente promover respostas benéficas a micróbios e evitar erros imunológicos no reconhecimento de proteínas da dieta com potencial de produzir alergia alimentar (AA).“ (SABRA, p.2, 2015).

Sabra destaca um outro fator que se soma aos outros fatores negativos do parto cesariano hospitalar: “...o RN (Recém Nascido) ingere do meio ambiente hospitalar, uma microbiota coliforme, totalmente diferente da microbiota materna, rica em lactobacilos e bifidobactérias. Essas bactérias potencialmente patogênicas não raro vencem o equilíbrio bacteriano entérico, requerendo o uso de antibióticos, que alteram ainda mais a microbiota entérica.“ (SABRA, p. 8, 2015). Esse retardo da composição equilibrada da flora entérica atrasa ainda mais a maturação do sistema imunológico deixando a criança à mercê das doenças, em especial as alérgicas.

O aleitamento materno exclusivo confere ao recém-nascido os elementos necessários e indispensáveis para a maturação imunológica que deve entrar em equilíbrio por volta dos doze meses, caso estas premissas sejam seguidas.

Deve ser exclusivo o aleitamento respeitando o equilíbrio das curvas de peso e crescimento. Ajustes podem ser feitos quando damos suporte à mãe, especialmente a primípara, frequentemente assustada com a nova situação e os mitos culturais que rodeiam, ainda, o ato de amamentar o filho, exclusivamente.

Some-se a isso a rigidez das metas de ganho de peso que alguns médicos e agora nutrólogos querem seguir à risca deixando a mãe cada vez mais insegura e acreditando não ter leite suficiente ou que seu leite é fraco. Nestas circunstâncias de agravação da ansiedade está pronto o cenário para a introdução precoce e inadequada das fórmulas artificiais.

Continua...

Dra. Erotilde Honório


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