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[Série] - Alimentação do bebê


Há muito tempo devo às mães dos meus pequenos pacientes receitas que as inspirem para a introdução alimentar do bebê. Chegou a oportunidade quando analisei uma dieta enviada por uma delas, colhida da internet, para o meu parecer.

Ao avaliar a dieta me vinha à mente uma cozinha industrial, um maitre e um arsenal alimentar de uma sofisticação que julgo perigosa. Refogados, proteína animal e mais proteína vegetal, ovo, alho, cebola e tantos outros alimentos, condimentos, azeites... fiquei tão assustada e surpresa que me dispus a escrever algumas recomendações e o cuidado necessário para a introdução de alimentos sólidos para o bebê. Aqui estão.

Atendo como Homeopata há 36 anos e dentro da visão holística com a qual avalio o paciente, a alimentação ocupa um lugar de valiosa importância para a saúde de todos, qualquer que seja a queixa, o sintoma e o diagnóstico da doença.

Os pacientes procuram o tratamento homeopático pelo temor da repetição dos antibióticos e corticoides para as queixas mais comuns, na faixa etária de 1 ano a 8: Rinites, Sinusites, Amigdalites, Otites, os “encatarramentos” em geral, de repetição e os problemas de pele associados, dermatites e urticárias, entre outros. Na cabeça de alguns é tudo muito simples, basta trocar o remédio alopático pelo homeopático e tudo se resolve. Explico que não é bem assim. Compreendo, estão cansados, preocupados e espoliados financeiramente

No verso da minha receita ofereço orientações para os cuidados de saúde que chamo de Rotina para um dia Feliz! Entre as orientações consta o item sobre alimentação no qual suprimo o leite animal e de soja para todos os meus pacientes. Sempre sou incisiva na retirada do leite, tendo em vista que os pacientes, no caso as mães, estão cansadas do mesmo quadro clínico, dos mesmos medicamentos e anseiam por bons resultados com a homeopatia.

Uma verdadeira batalha para a retirada do leite da dieta, inconformismo, decepção, cara feia, má vontade, variando de paciente a paciente. E muitas vezes somem e voltam depois de mais 6 meses ou 1 ano com o mesmo quadro. Resolutos dizem: “agora eu vou fazer!”

E qual era meu respaldo científico há 30 anos? Apenas a minha prática positiva, ancorada por aqueles que premidos pelas circunstâncias acabavam fazendo a retirada do leite e obtinham bons resultados, alguns livros e práticas das ditas “terapias alternativas”, que não gozavam e ainda não gozam de muita aceitação, diante da visão alopática, tecnicista. Em geral boa parte dos médicos davam ao item alimentação, pouca ou nenhuma importância. É comum a resposta do médico para pacientes operados e hospitalizados: dieta livre! Salvo os casos de diabetes, hipertensão e outras especificidades.

Um outro fator impeditivo, a avalanche publicitária destacando a comodidade, a qualidade dos alimentos processados e artificiais, um verdadeiro crime contra a saúde, mas coopta as mentes de forma quase absoluta, em especial as crianças.

Penetrar nestas convicções foi uma tarefa muito árdua e com muita persistência fui obtendo bons resultados e me firmando nestas orientações. Não é que tenha ficado mais fácil é que hoje tenho respaldo pelos resultados clínicos e respaldo científico pelos estudos em nível de pós-graduação de médicos alopatas que atuam nas alergias alimentares (AA) e intolerâncias.

Dentre os estudiosos da área destaco o Dr. Aderbal Sabra e sua equipe: Ana Munhoz, Gustavo Rodrigues dos Santos, Isaac Tenório, Joseph A. Bellanti, Luiz Manoel Werber de Souza Bandeira, Mônica Muller Taulois, Rafael Del Casttillo Vilalba e Elma Sabra, autores do livro Manual de Alergia Alimentar , Rio de Janeiro Rubio, 2015.

Quando inicio o acompanhamento de uma gestante, faço a supressão alimentar de leite e derivados, ovo, fígado, chocolate, doces, açúcar, geleia, sorvetes, refrigerantes e qualquer bebida gaseificada, katchup, maionese, frituras, enlatados em geral, farinhas refinadas, bolachas, pão, biscoitos e macarrão, margarinas, sobremesas e embutidos de maneira geral. Aconselho alimentos orgânicos, frutas, verduras, cereais e carnes brancas.

Continua...

Dra. Erotilde Honório


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