Balanço de Fim-Início de Ano Novo

As mudanças não são fáceis e ao longo da vida... a vida vai nos levando, às vezes atropelando nossos bons propósitos. Os meios de comunicação, através da publicidade, não nos deixam em paz e vão criando cada vez mais necessidades. O lançamento do carro, do celular, do tablet, da cafeteira, do creme... com a promessa de juventude, vitalidade, e a tal felicidade. E passamos a consumir irracionalmente. Todos esses apelos atendem às nossas necessidades interiores de emoções verdadeiras, de afetos, de gente que nos queira verdadeiramente, os verdadeiros amigos, os verdadeiros amores.

Trocamos o sorriso pela roupa nova, pelo sapato mais elegante, a joia mais cara! É a novidade pela novidade. A roupa vira molambo, atulhada dentro do closet, sapatos e bolsas se desgastem com o clima, mesmo bem guardadas. Quantas vezes calçamos um sapato e ele se dissolve aos pedaços nas ocasiões mais inusitadas. E pagamos uma nota por esta peça. Parte de nós dá um duro fora do comum para conseguir dinheiro e o jogamos fora em produtos inúteis que se superpõem aos que já temos e não nos acrescenta nada.

É possível retroceder e passar a consumir de forma mais responsável. Testei um consumo mais inteligente na tentativa de me transformar num consumer, palavra que na atualidade conceitua o consumo consciente. Sou aficcionada por sapatos e são várias as razões que agora não vem ao caso. Tentei com muita delicadeza em 2016 fazer de forma diferente e zerei um consumo que atingia 3 pares por mês. E não me faltou sapato para o ano inteiro. Aliás, ainda tenho sapato em caixa. Da mesma forma bolsas. Compra zero em 2016. E roupa chegou a um consumo de 25% do habitual. Estou satisfeita comigo, com a forma como me conduzi e passei a prestar atenção em tudo ao meu redor e aos apelos do marketing que fazem de nós escravos do consumo de forma irracional. Experimente. Liberte-se! Sobra tempo para os amigos, para os passeios, pequenas viagens e saudáveis encontros com a natureza.