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Continuação do nosso papo sobre alimentação infantil



Dando continuidade à questão da recusa alimentar das crianças podemos experimentar adotar alguns hábitos e corrigir outros. Comer à mesa e nunca na cama com a mamãe vendo um programa de TV ou a criança vendo um “filminho”. Tão pouco sentada na pia da área de serviço com a babá empurrando colheradas e a vovó fazendo malabarismos.

Adicionar açúcar no suco para ”ficar docinho” é um hábito que pode se estender para todo o sempre; ou até o sal para fortalecer o sabor da sopa. Aliás, sempre verificar e provar o ponto do sal. Muitas vezes a recusa da criança tem na sua origem a “mão pesada” que tempera a comida.

Um outro obstáculo ao bom apetite é a oferta de guloseimas no intervalo das refeições. A criança está sempre mastigando um petisco. O pai que chega antes do jantar e trás chocolate; a mãe que tem sempre na bolsa um punhado de bombom; os avós que ficam com a criança e para agradar oferecem doces. É sabido que essa pratica tira o apetite de qualquer indivíduo e compromete a saúde de modo geral.

Desde muito cedo, quando começa a introdução dos alimentos, algumas mães tem o hábito de ofertar o pão para a criança ficar chupando. Essa oferta leva consigo o glúten, por demais discutido na atualidade, o sal, o açúcar e outros ingredientes que em nada beneficiam a prática da boa alimentação.

Devido ao tempo corrido algumas mães evitam que as crianças comam com a própria mão, tirando-lhes a autonomia. É fundamental que a criança tenha esta experiência. Por falta dessa intimidade com a alimentação tenho encontrado adolescentes que não sabem distinguir nenhum legume. Conhecem a batata inglesa, batata doce, tomate e para eles tudo é folha. Oferecer a comida falando do alimento é de vital importância. Tratar do caminho que faz o alimento, da semente até chegar a nossa mesa, desenvolve a compreensão da criança pela valorização de todo o processo: da mão que planta até a mão de quem prepara os pratos e lhes edifica o sabor.

Não force a criança se ela realmente não quer. Ofereça uma outra opção e espere a próxima refeição, sem desânimo, tristeza ou raiva. São muitas as pequenas e necessárias observações que o carinho e o afeto de quem oferta os alimentos pode desenvolver durante a alimentação.

Coma bem! Curta o sabor com simplicidade. Os hábitos da família ficarão para sempre como boas lembranças que se transmitem também de forma energética. Veja suas próprias lembranças: “o bolo da vovó”, “o arroz da mamãe”, “o churrasco do vovô”, “a galinha caipira da titia”, “a salada da madrinha”. Lembranças que nos fazem felizes sempre.


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