Alimentação infantil
Uma das queixas mais preocupante para as mães é a falta de apetite das crianças. Quando não existem outras, essa toma um vulto alarmante. Pois sempre há alguém que cobra a quantidade de comida que as crianças ingerem: as avós, a vizinha ou as amigas. E quando a coisa toma vulto comete-se mais erros do que acertos.
Às vezes fica difícil que os pais entendam que a criança ainda está em um processo de aprendizagem do gosto dos alimentos e que as quantidades ingeridas não podem ser pareadas com a dos adultos ou a do "filho da vizinha". Nesta busca ansiosa, os pais oferecem tudo à criança: do miojo à batata frita. Aí começa a perversão dos sabores e a tendência que se alastrou com a indústria alimentícia: o alimento processado de sabor artificial que tem o poder (pois é de fácil acesso) de se transformar em hábito alimentar.
É natural do ser humano querer atenção e estar rodeado de pessoas que lhes façam as vontades. A comida passa a ser a moeda de troca para todos os desejos. Os alimentos devem ser ofertados em horários regulares e de forma variada de acordo com os hábitos da cultura e o gosto da família.
Não devemos esquecer que gosto também se aprende. As famílias tendem a só ofertar os alimentos que gostam e assim perpetuam a aversão às folhas, aos legumes e até as frutas. Na recusa da criança a determinados alimentos passam a não oferecer-los mais e deixam de formar o hábito saudável.
É direito da criança experimentar, aprender e rejeitar após a apresentação do alimento. Uma, duas ou até dez rejeições não significam que a criança definitivamente rejeite o alimento. Não se aprende a andar de imediato. Não se aprende a falar de pronto. Tudo é uma questão de repetição e bom senso.
A falta de apetite passa a mover todos da família. Após uma visita ao médico, este constata que a criança não tem doença grave embora os pais insistam em exames que detectem a causa do problema. No mais das vezes a criança está na curva limite do peso e crescimento e uma mudança de abordagem quanto à alimentação dá conta do problema.
É necessário que a família compreenda e trabalhe a ansiedade. Da mesma forma que todos se envolvem quanto ao preocupante problema da recusa da criança pelos alimentos, todos devem se envolver amorosamente para os ajustes de uma alimentação saudável e prazerosa.