O Marketing e sua influência nas nossas papilas gustativas
Ao longo dos anos, continuo observando a mudança na alimentação de adultos e crianças, na maior parte das vezes, não é para melhor. Com a chegada da onda fitness, embarcamos nos alimentos diet e light. O consumidor sempre paga mais pelas novidades que o mercado apresenta.
O marketing nos oferece a promessa de produtos que garantem secar a gordura, desenhar a barriga e apresentam imagens de “antes” e “depois”; abdomens tipo tanquinho com músculos definidos parecendo esculpidos a cinzel. Isso para não falar dos cremes (cuja novidade martelada a cada click que você faz no seu perfil) que incentivam as mulheres a tornear aquele músculo do braço que está despencando ou já despencou. Verdadeiro MILAGRE! Mas isto já é um outro assunto.
Voltando à alimentação, vamos seguir com a onda da publicidade e do marketing ancorados na garantia de um corpo saudável. Alguns mais apressados querem mesmo é a cirurgia bariátrica. O que observo? Não usamos a reflexão e o pensamento critico sobre como estamos sendo conduzidos ao investir alto na busca de uma vida saudável.
Deixamos o simples porque o achamos complicado "porque não dá tempo fazer uma salada". Comemos fora e não confiamos nas verduras cruas apresentadas no self-service. O nosso paladar vai ficando viciado e as papilas gustativas são direcionadas as barrinhas de cereais que até poucos anos não existiam. Com os anos, vamos esquecendo o sabor das frutas e repondo os nutrientes baseados no que a indústria nos oferece. Cada vez mais os alimentos são empacotados e distanciados da natureza. Nos acostumamos com o sabor artificial, não só no nosso paladar, mas também na reflexão.
O que comemos é verdadeiramente vivo? Qual a quantidade de folhas e legumes no seu prato todos os dias? Normalmente escuto: “como pouco arroz, duas colheres de feijão e às vezes um pouco de salada.” A composição de uma refeição inclui verduras e legumes todos os dias. E o lugar da fruta na alimentação?
Para os adultos, a refeição das 9h e 15h é sempre a barrinha de cereal, comprada no atacado no mercantil do mês. No entanto, o mais grave é ouvir de crianças de seis a sete anos, quando faço a preleção na hora da consulta sobre uma alimentação saudável e o uso das frutas e sua variedade, elas reagem com este som: ECA!
Resta a pergunta: que tipos de robôs estamos nos tornando? Completamente desligados da natureza.