Desejamos ser sãos?
Continuo falando de alimentação e ainda há muito a ponderar. A resposta da pergunta que abre essa reflexão parece óbvia. Claro que todos nós desejamos saúde mas o que fazemos com o nosso corpo a cada refeição? Contamos com informações sobre alimentos em todos os veículos da mídia, aplicativos, TV, jornal e rádio.
A nutrição está em alta e o mercado bastante agitado e competitivo. São tantas as informações sobre alimentação e dietas que no consultório os pacientes sentem-se confusos e pedem ajuda para encontrar um caminho mais seguro na preservação da saúde.
Quando falo aos pacientes sobre a dieta sem leite e sem glúten e a restrição de açúcares e enlatados; a disposição já não é a mesma. Os hábitos estão tão arraigados ao sabor dos alimentos e as substâncias sintéticas estão tão alteradas que sugerir uma mudança no paladar é motivo de fuga do consultório. A opção de encontrar um medicamento que controle o colesterol, diminua a gordura no fígado e livre-os do diabetes é a alternativa que prevalece. Além dos remédios para insônia, ansiedade, rinites frequentes e enxaquecas severas que os acompanham...
A alimentação é a fonte segura de equilíbrio da saúde e cuidar-se deveria ser um ato simples. Para determinadas pessoas comer verdura é uma tortura, além de achar complicado o preparo. Os que almoçam fora desconfiam, corretamente, da higiene das verduras cruas. Mas não se incomodam com o óleo usado nos alimentos, a quantidade de sal, os temperos artificiais, as panelas de alumínio, o aquecimento no microondas e tantos outros elementos que vão minando a saúde pela repetição.
Os que já entraram na onda do culto ao corpo chegam ao consultório com a dieta da nutricionista, melhor orientados, mas focados no corpo perfeito e ainda pouco atentos à preservação da saúde. É o esquema do peso ideal, da massa magra e do rendimento dos exercícios com reposição das calorias.
Todos nós temos um calcanhar de Aquiles, aquele órgão que mais nos afeta, que sempre nos sinaliza com um sintoma; e é neste momento que precisamos redobrar a atenção para com o que ingerimos. O que este alimento pode fazer pela minha saúde? Como posso preservar a saúde e acompanhar todas as fases da vida tendo o alimento como foco e não apenas recorrer a cada crise ao medicamento?
Se transformarmos as informações recebidas em conhecimento aplicado podemos atravessar a vida gozando de boa saúde e fazer uma reserva para os anos de envelhecimento. Pense nisso! Mas é preciso ser leve no corpo, independente do peso e flexível no pensamento, independente da idade.