Ninguém é profeta em sua terra
No consultório, tenho recebido crianças recém-nascidas em função do retorno ao parto normal; opção que ganha cada vez mais casais adeptos. As mãe sentem-se melhor preparadas para os eventos iniciais do cuidar de uma criança. Algumas já têm a noção da própria alimentação e das repercussões que podem ter a ingestão de determinados alimentos junto ao aleitamento materno.
Há mais de 36 anos, no verso da minha receita, oriento a supressão de alimentos como o leite e seus derivados, ovos, fígado, chocolate, iogurte, geleia, água gelada, sorvete, ketchup, maionese, Farinha Láctea, Neston, Nescau, doces, pães, biscoitos, bolachas, macarrão, refrigerante, mariscos, vísceras, café, sanduíches e enlatados. Isso é uma orientação para todos os pacientes de zero a cem. Qual é a ideia? Aperfeiçoar a alimentação da mãe e consequentemente a qualidade do leite materno. Prover uma alimentação que não agrida os órgãos, evitar o desenvolvimento de doenças latentes e lhes preservar a imunidade.
Ninguém é profeta em sua terra! Por conta dessa orientação vivenciei e vivencio fatos de toda natureza. Pacientes que não retornam ou regressam depois de dois ou três anos; uma paciente que rasgou a receita na sala de espera diante da atendente porque acreditava que era “inconcebível uma criança de dois anos ficar sem o mingau”.
Depois dos vídeos do Dr Lair Ribeiro, minha vida tem melhorado e as pessoas aceitam com menos resistência a supressão do leite de sua dieta alimentar. Pelo menos para isso serve a mídia. Uma outra ajuda vem da própria medicina e das pesquisas de ponta, doutorado e pós-doutorado (Dr Aderbal Sabra) em alergias e intolerâncias alimentares; que referendam o que preconizo há muito tempo no meu próprio receituário: “o leite é desnecessário e em muitos casos prejudicial”. Por conta das pesquisas, entra em cena com força total o teste de alergia à lactose e as mães já entram no consultório brandindo o resultado do exame, afirmando “Dra, meu filho é APLV” ; e respondo com humildade "eu sei".